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  • Resenha da obra e review da edição da Darkside

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Resenha: Amanhã você vai entender.



Este livro foi um achado precioso entre os corredores da livraria da minha cidade. Lá estava ele, com uma capa bonitinha, uma sinopse interessante e um preço bem camarada(somente R$9,90. Mais barato que no submarino, acredite se quiser). Claramente, era um livro infanto-juvenil, bastante apropriado para a garotada entre os 12 e 14 anos.

"A jovem Miranda Sinclair precisa desvendar um enigma na Nova York do final da década de 1970. Em Amanhã você vai entender, seu melhor amigo é agredido na rua, um estranho pode ter invadido a casa dela e uma série de bilhetes, que ela não compreende nem tampouco sabe quem escreve, alerta sobre a morte de alguém. Alguém que ela poderá ajudar a salvar. À medida que as mensagens chegam, Miranda percebe que quem as escreve sabe de detalhes de sua vida que ninguém deveria saber. E, conforme as peças do quebra-cabeça se encaixam, ela finalmente percebe que a resposta sempre esteve ali, bem em sua frente - mas o tempo é ardiloso: guarda hoje momentos que só amanhã você vai entender. Amanhã você vai entender, segundo livro de Rebecca Stead, recebeu a Medalha Newbery, prêmio da American Library Association destinado às mais importantes contribuições norte-americanas à literatura jovem."

Não vou me arriscar a falar muito mais sobre seu enredo, porque o livro é um daqueles que é melhor o leitor pegar sem saber quase nada sobre ele. A história de Miranda se passa no fim da década de 70 e gira em torno do mistério dos bilhetes que ela vai encontrando ao longo de alguns meses. Outros personagens secundários e suas tramas ajudam a dar movimento e vida à história: sua mãe, que está prestes participar de um programa de TV; Sal, seu melhor amigo, que é agredido e deixa de falar com ela inexplicavelmente; os novos amigos, que Miranda faz depois do afastamento de Sal e até mesmo uma paixão adolescente.

Todas as personagens do livro são muito cativantes e a voz que a autora usa para narrar a história realmente convence. Durante toda a leitura, eu realmente me senti como se ouvisse a própria Miranda me contar sobre esse mistério vivido por ela. O livro tem capítulos curtinhos, daqueles que o leitor devora em poucos minutos. A leitura do livro todo pode levar, facilmente, uma tarde chuvosa de domingo. Apesar de eu mesmo estar bem distante da faixa etária do público-alvo deste livro, devo dizer que adorei lê-lo. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

#Tag: Ou isso ou aquilo.

Encontrei essa tag no blog Os Jovens Leitores e como estou apenas começando o blog, achei que seria muito legal interagir com outros blogueiros e tags são muito legais. =)

1) Áudio book ou livro?

Não gosto de gente que diz que não gosta de alguma coisa sem nem ter experimentado, mas no caso de áudio book, acho que vou fazer justamente isso. Gosto de ler porque imagino tudo como eu quiser e leio com minha própria "voz de narrador". Acho que não ia gostar de ter outra voz lendo para mim. Quem sabe um dia eu experimente, mas confesso que não desperta meu interesse.

2) Capa dura ou mole? 
Capa dura, sem dúvida! O problema é que no Brasil quase não tem e, quando tem, normalmente é mais caro. Então fico naquela: compro uma edição bonita, ou economizo para comprar mais livros? Normalmente fico com a segunda opção, a menos que seja um livro que eu cobice muito.

3) Ficção ou não-ficção?
Ficção.

4) Fantasia ou vida real?
Tem mesmo que escolher entre os dois? Rs. É difícil. Adoro fantasia, mas a história tem que convencer. Verossimilhança é fundamental em qualquer boa leitura.

5) Harry Potter ou Crepúsculo?
Harry Potter. É a série que me interessou por leitura

6) E-book ou livro físico?

Gostaria de e-book se tivesse um kindle, porque ler no computador é muito chato. Ok, podem falar que é cliché, mas eu prefiro livro físico. Nada supera o tato, o virar de páginas e o cheirinho de livro novo.

7) Comprar ou pegar emprestado?

Prefiro comprar já que, depois de diversas experiências, acho que livro raramente nunca se empresta. Já peguei e demorei para devolver, já pegaram meu e não devolveram. 

8) Livro único ou série?

Normalmente prefiro livros únicos.

9) Livraria física ou online?
Online é muito mais barato, então normalmente é como eu compro, mas adoro livrarias. Nelas é possível pegar os livros, folhear, andar pelos corredores e demorar um tempão só olhando as novidades ou garimpando coisas boas.

10) Livro longo ou curto?
Um bom livro longo não pode ficar enchendo linguiça, enquanto um bom livro curto não pode deixar de fora coisas importantes, ou dar a impressão de pressa. O importante é contar uma boa história. Normalmente alterno entre livros longos e curtos para não cansar.

11) Drama ou ação?
Ação. 

12) Ler no seu canto ou tomando sol?
Num lugar tranquilo é bem melhor, então prefiro ler em casa, apesar de ler muito fora.

13)Chocolate quente, café ou chá?
Café, café, café! Se fico um dia sem uma boa caneca de café fico de mal humor e com muita dor de cabeça. Não fumo, nem bebo. Preciso de um vício para ser normal, certo? Rs.

14) Ler resenha ou decidir por si?
Gosto de ler resenhas. Dá mais segurança. Mas já comprei livros somente com base na sinopse. Normalmente quando compro online é sempre depois de ler resenha, mas se estou na livraria é mais comum comprar com base unicamente no meu palpite.

Tem um blog? Quer participar? Comenta aí para eu dar uma espiada também!

quarta-feira, 26 de março de 2014

Organizando a vida literária: lendo mais

Com tantas opções, complicado mesmo é
dar conta de tudo isso!
Já vi alguns blogs falando sobre organização da vida literária, mas esse assunto é tão legal que não pude deixar de dar o meu próprio pitaco e criar uma série de posts, começando com este. 

Na minha opinião, a maioria dos leitores aficionados tem algumas coisas em comum: o desejo de ler cada vez mais, saber das novidades e conhecer todas as leituras obrigatórias dos gêneros de que é fã. Além disso, muitos são verdadeiros colecionadores e desejam acumular quantos títulos puderem. Mas, no meio de tantas opções e com uma rotina cada vez mais corrida, é comum se sentir perdido às vezes.

Para ler mais

Na minha opinião, ler cada vez mais significa ler sempre. Para isso, repito algumas das dicas que já vi antes e que eu tenho seguido piamente: ter sempre um livro à disposição. Quando menos se espera, existe uma fila, uma sala de espera ou alguns minutos de tédio que pedem por uma leitura. Para quê ficar entediado quando se pode resolver algum mistério com Sherlock Holmes, ou viajar até Valfenda com Frodo e a comitiva do Anel?

Além estar sempre na companhia de um bom livro, uma outra dica preciosa é estabelecer metas. Agora, metas são perigosas. Elas podem te motivar, ou desmotivar, se você não for realista. Por exemplo, caso você estabeleça metas muito elevadas, você corre o risco de não cumpri-las e então se sentir desanimado e simplesmente parar de uma vez. Tem pessoas que estabelecem uma meta de páginas por dia, enquanto outras estabelecem livros por mês, ou até mesmo tempo de leitura por dia. 

Eu pessoalmente gosto de planejar o que vou ler e estabelecer uma meta mínima e uma meta ideal de páginas por dia. Para mim, ler 40 páginas por dias é o ideal, mas me sinto muito frustrado quando não leio pelo menos 20. Tudo que eu conseguir além de 40 páginas é lucro. Entretanto, para outros, meta de tempo faz mais sentido, já que a diagramação muda de livro para livro. Ler vinte páginas de "Guerra dos Tronos" pode significar mais do que ler trinta páginas de "A culpa é das estrelas". 

Ainda quanto às metas, eu acho importante deixar um espaço para flexibilidade. É normal que livros novos e interessantes sejam descobertos ao longo do caminho, então, caso você já defina cada um dos títulos que vai ler ao longo do ano, por exemplo, fica complicado inserir outros no meio deles. 

Por fim, eu acho super importante registrar de alguma forma o seu avanço enquanto lê. Pode-se fazer isso usando um diário comum, uma planilha no computador, ou qualquer outro método. Um ótima ferramenta, para quem ainda não conhece, é o Skoob, onde você pode registrar quais livros você leu, está lendo e quais ainda pretende ler, além de poder registrar quantas vezes quiser o seu avanço ao longo das páginas da sua edição. Registrar seu progresso é legal para saber se você está cumprindo ou não suas metas de leitura.

No próximo post da série, pretendo escrever sobre como é importante se dedicar à descoberta de outras obras e como fazer isso bem. Até a próxima. =)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Resenha: Noah foge de casa, por John Boyne

Noah foge de casa,
Publico pela Cia. Das Letras no Brasil
Noah resolve fugir de casa. Ele já tem oito anos de idade e a única realização grandiosa de sua vida é ter lido 14 livros. Ele quer conhecer o mundo, viver grandes aventuras, fazer algo realmente importante. Assim, numa manhã quieta, ele toma seu caminho rumo a sua grande aventura.

"Noah foge de casa" é uma história extraordinária, que relata seu dia de fuga a partir de seu ponto de vista de criança. Em sua jornada ele passa por algumas cidades, até encontrar um vilarejo dentro de uma floresta, onde se depara com uma fantástica loja de brinquedos, cujo velho dono tem uma história incrível para contar. A partir de seu encontro, a narrativa se alterna entre os relatos do menino e do velho. O leitor é então levado a, pouco a pouco, conhecer a verdadeira história dos interlocutores: a história do velho envolvendo uma promessa quebrada, causa de grande arrependimento; a de Noah um problema muito maior do que ele poderia enfrentar e causa de uma grande dor - e talvez, o verdadeiro motivo de sua fuga.

Este é, sem dúvida nenhuma, um conto de fadas. John Boyne, que se tornou famoso pelo "Menino do pijama listrado", é genial no uso das palavras e a tradução de Eduardo Brandão fez jus ao trabalho do autor. O simples jogo de palavras me fez rir sozinho várias vezes e ficar maravilhado com sua criatividade. Ganhei esse livro da minha esposa e comecei a lê-lo após algumas leituras mais tensas e violentas. Posso dizer que foi um excelente "refresco para a mente", pegar o livro para ler depois de zumbis, vampiros, fantasmas e demônios vingativos. Noah me fez rir, chorar e até mesmo pensar na vida. É realmente uma leitura preciosa.

domingo, 16 de março de 2014

Psicose, de Robert Bloch.

Ler "Psicose", de Robert Bloch foi uma experiência singular para mim. Peguei o livro para ler na metade de uma quinta-feira e finalizei a leitura no final da sexta. Aproveitei cada intervalinho que tive: os cafés, as filas de espera, o horário de almoço. É simplesmente impossível largar do livro quando você o pega e suspeito que o teria terminado num só fôlego se tivesse iniciado sua leitura num sábado.

Acredito que a maioria dos leitores já conhece a sinopse do livro, mas vamos lá: "Psicose" é a história de Norman Bates, um solitário e esquisito homem de meia-idade que dirige um motel com sua mãe à beira de uma estrada esquecida, próxima a cidade de Fairvale. Bates vive uma relação de dependência doentia com sua mãe e isso afeta completamente toda sua maneira de ser, agir e pensar. Sua rotina, aos olhos de estranhos, poderia ser julgada como ordinária e tediosa. Ele passa os dias lendo sobre diversos assuntos (alguns deles obscuros) e cuidando de seu negócio familiar, sem muito contato com o mundo exterior.

Essa rotina é quebrada abruptamente com a chegada de Mary Crane, uma jovem mulher apaixonada que foge com uma pequena fortuna do escritório de corretagem de seu patrão, para realizar o sonho de se casar com seu noivo, Sam, cujo único impedimento para o casório é a dívida gorda herdada de seu  pai. Com sua chegada inesperada, Mary perturba a delicada paz do Motel Bates, despertando em Norman sentimentos com os quais sua mente desequilibrada é incapaz de lidar. Sua visita, então, culmina na famosa cena do chuveiro, eternizada por Hitchcock em sua adaptação cinematográfica da obra.

Creio não ter falado qualquer spoiler até agora, então vou me deter por aqui antes que o faça. Daí em diante, o romance alterna entre momentos de mistério de uma investigação policial e a tensão terrível de observar a intimidade dos pensamentos de Norman Bates e perceber claramente: tem alguma coisa errada com esse cara! Não sei se todos já tiveram a oportunidade de conversar com gente estranha e ficar com aquela sensação de cautela que beira o medo, mas ler Psicose é basicamente isso. A medida que o diálogo interno de Norman avança, você se sente cada vez mais numa conversa perturbadora com ele e essa sensação cresce até o desfecho dessa grande história.

Ainda para aqueles que não sabem, Norman Bates foi inspirado em um famoso assassino americano, chamado Ed Gein, um sujeitinho que cometeu vários atos de embrulhar o estômago. Não vou fugir do foco e relatar sua história, mas para os interessados, vale a pena procurar sobre o cara.

Além do grande trabalho de mestre de Robert Bloch, gostaria de deixar registrado no blog a minha satisfação com a aquisição da edição da Darkside, que fez um trabalho primoroso na edição, diagramação e apresentação. Minha cópia não é a edição limitada, de capa dura, que é realmente linda. Mas ainda assim, como vocês podem ver pelas fotos, é muito bem acabada.





segunda-feira, 10 de março de 2014

Anne Rice retorna às crônicas vampirescas!

Ah, coincidências! Algumas felizes, outras nem tanto. Para nossa sorte, ficamos com o primeiro caso: alguns dias após publicar minha resenha sobre "Entrevista com o Vampiro", romance que me deixou com água na boca para ler o restante das Crônicas Vampirescas, Anne Rice fez uma aparição no "The dinner party show", com seu filho, Christopher Rice, para anunciar o retorno de seu icônico vampiro Lestat em "Prince Lestat".

Segundo a autora, o novo romance é uma longa crônica sobre seu famoso vampiro e várias das outras personagens já consagradas nos primeiros cinco livros da série. A obra seria, de acordo com ela, uma continuação desses primeiros cinco capítulos e relataria o que essas personagens estariam fazendo atualmente.

Durante a entrevista ela ainda revelou que estava aguardando ansiosamente pelo momento oportuno para anunciar a continuação da história, finalizada por ela em agosto do ano passado, quando ela até chegou a anunciar a conclusão de mais um trabalho em sua página no Facebook, mas precisou manter em segredo sobre o que seria sua nova obra, por orientação de sua editora.

O jeito agora é esperar ansiosamente por seu lançamento e aproveitar a espera para colocar a leitura em dia para saber mais sobre Lestat e os outros. Para quem quiser dar uma espiada no vídeo do pronunciamento, segue ele:


Fonte: Twitter da autora, @AnneRiceAuthor

quinta-feira, 6 de março de 2014

Resenha de Entrevista com o Vampiro, por Anne Rice

"Entrevista com o vampiro"
Livro publicado pela Rocco no Brasil

"Entrevista com o vampiro", é a história de Louis, um humano em grande tormento por causa de uma tragédia familiar que é transformado em vampiro por Lestat, um vampiro que se aproxima dele para tirar proveito das vantagens que ele pode lhe oferecer.

Boa parte do livro gira em torno do conflito que perturba Louis: sua terrível necessidade de sangue para se satisfazer e sua dor igualmente terrível em tirar vidas humanas, que ele percebe ser tão preciosas. Sua sensibilidade peculiar faz com que todas as suas experiências se intensifiquem como vampiro e é essa mesma intensidade que o faz considerar as vidas que precisa tirar tão preciosas. 


Mais do que simplesmente uma história sobre vampiros, "Entrevista com o vampiro" é sobre uma incessante busca pelo verdadeiro significado de existir e sobre esse vazio difícil de preencher, que Louis vive e narra ao jovem repórter que o entrevista. Para aqueles que compreendem bem a língua inglesa, gostaria de deixar um link para um ensaio que a própria Anne Rice publicou em seu site oficial, esclarecendo a dimensão espiritual que existe no livro em que, segundo ela, a jornada de Louis, Lestat e Claudia é uma metáfora para a nossa própria busca por um significado mais profundo para nossa própria existência. 

Em suas próprias palavras: 

"Interview with the Vampire, the novel that brought me to public attention, is about the near despair of an alienated being who searches the world for some hope that his existence can have meaning. His vampire nature is clearly a metaphor for human consciousness or moral awareness."

Quanto a obra, posso dizer que é um livro muito bem escrito, com uma linguagem acessível mas que, ao mesmo tempo, consegue alcançar certa beleza que é difícil de encontrar na maior parte das narrativas de grande sucesso comercial. Anne Rice consegue unir forma e conteúdo perfeitamente. É uma história de mistérios, paixões, melancolia e sobrenatural. Recomendo a todos que queiram apreciar uma boa história gótica.