domingo, 16 de março de 2014

Psicose, de Robert Bloch.

Ler "Psicose", de Robert Bloch foi uma experiência singular para mim. Peguei o livro para ler na metade de uma quinta-feira e finalizei a leitura no final da sexta. Aproveitei cada intervalinho que tive: os cafés, as filas de espera, o horário de almoço. É simplesmente impossível largar do livro quando você o pega e suspeito que o teria terminado num só fôlego se tivesse iniciado sua leitura num sábado.

Acredito que a maioria dos leitores já conhece a sinopse do livro, mas vamos lá: "Psicose" é a história de Norman Bates, um solitário e esquisito homem de meia-idade que dirige um motel com sua mãe à beira de uma estrada esquecida, próxima a cidade de Fairvale. Bates vive uma relação de dependência doentia com sua mãe e isso afeta completamente toda sua maneira de ser, agir e pensar. Sua rotina, aos olhos de estranhos, poderia ser julgada como ordinária e tediosa. Ele passa os dias lendo sobre diversos assuntos (alguns deles obscuros) e cuidando de seu negócio familiar, sem muito contato com o mundo exterior.

Essa rotina é quebrada abruptamente com a chegada de Mary Crane, uma jovem mulher apaixonada que foge com uma pequena fortuna do escritório de corretagem de seu patrão, para realizar o sonho de se casar com seu noivo, Sam, cujo único impedimento para o casório é a dívida gorda herdada de seu  pai. Com sua chegada inesperada, Mary perturba a delicada paz do Motel Bates, despertando em Norman sentimentos com os quais sua mente desequilibrada é incapaz de lidar. Sua visita, então, culmina na famosa cena do chuveiro, eternizada por Hitchcock em sua adaptação cinematográfica da obra.

Creio não ter falado qualquer spoiler até agora, então vou me deter por aqui antes que o faça. Daí em diante, o romance alterna entre momentos de mistério de uma investigação policial e a tensão terrível de observar a intimidade dos pensamentos de Norman Bates e perceber claramente: tem alguma coisa errada com esse cara! Não sei se todos já tiveram a oportunidade de conversar com gente estranha e ficar com aquela sensação de cautela que beira o medo, mas ler Psicose é basicamente isso. A medida que o diálogo interno de Norman avança, você se sente cada vez mais numa conversa perturbadora com ele e essa sensação cresce até o desfecho dessa grande história.

Ainda para aqueles que não sabem, Norman Bates foi inspirado em um famoso assassino americano, chamado Ed Gein, um sujeitinho que cometeu vários atos de embrulhar o estômago. Não vou fugir do foco e relatar sua história, mas para os interessados, vale a pena procurar sobre o cara.

Além do grande trabalho de mestre de Robert Bloch, gostaria de deixar registrado no blog a minha satisfação com a aquisição da edição da Darkside, que fez um trabalho primoroso na edição, diagramação e apresentação. Minha cópia não é a edição limitada, de capa dura, que é realmente linda. Mas ainda assim, como vocês podem ver pelas fotos, é muito bem acabada.





Um comentário:

  1. Olá!
    vi seu blog em um grupo do skoob :)

    essa editora Darkside tem lançados livros incríveis!

    Quando vi esse livro no site fiquei MALUCA para ler! Agora que vi várias resenhas positivas sobre, já decidi que tenho q dar um jeito de comprar e ler. :)

    Continue com este ótimo trabalho.

    http://draamin.blogspot.com.br/

    beeijo e até breve! p/

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